Startup produzirá ácido hialurônico no Brasil
Categoria: Matéria-Prima
A substância é inédita porque a produção não gera poluição ambiental e pode ser comercializada para a industria médica, farmacêutica e veterinária.
Uma empresa da incubadora de Araraquara, a BioSmart, está entre as aprovadas na primeira fase do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) em 2018. O projeto é a produção de ácido hialurônico, uma substância que ajuda a hidratar e lubrificar a pele, podendo ser utilizada pela indústria médica e farmacêutica.
Atualmente o ácido hialurônico é importado pela indústria brasileira e sua extração é feita principalmente por fermentação bacteriana. Como diferencial, a BioSmart utiliza resíduos de alimentos descartados pelas indústrias alimentícias para a produção desse biopolímero e também por isso, o projeto foi aprovado como no quesito rota verde e inovadora.
"Nosso objetivo é fornecer o ácido hialurônico para o ramo médico, farmacêutico, odontológico, veterinário e de cosméticos. Com a vantagem da facilidade e agilidade de distribuição, em quantidade personalizada, de acordo com a necessidade de cada cliente. Além disso, nossa rota verde e inovadora de extração ajuda a reduzir a poluição ambiental, e promove a inclusão social", destaca a coordenadora do projeto, Morgana Regina Mendonça de Oliveira.
O produto verde fomentará uma cadeia de emprego, desde a coleta dos resíduos sólidos de alimentos, produção e distribuição. Além disso, o custo do quilograma do produto produzido pela BioSmart será em torno de um terço do valor do importado, garantido maior competitividade para a indústria nacional.
A Biosmart superou a Fase 1 do projeto, de análise da viabilidade técnico-científica, comprovando que sua rota inovadora de extração apresenta vantagens em relação a outras formas de produção.
Tanto Morgana, como a doutora Helida Barud, sócia-proprietária da empresa, realizaram o treinamento PIPE Empreendedor, que as qualificaram para a Fase 2. Agora, o foco é aprimorar o modelo de negócio do produto.
Aporte de R$ 1,07 milhão
O investimento do PIPE-Fapesp para a BioSmart nessas duas fases foi de R$ 1,07 milhão. O aporte está sendo utilizado para a compra de equipamentos, insumos, treinamento, testes de eficácia e qualificação da equipe de pesquisa.
Já a fase 3, prevista para ter início em agosto de 2021, que é o desenvolvimento comercial e industrial de produtos, deverá ter recursos da iniciativa privada ou ainda a submissão de projetos do programa Pappe-PIPE.
Morgana acrescenta que o ácido hialurônico é usado em diversos produtos rejuvenescedores, hidrantes, para diminuir inflamação gengival, melhorar a lubrificação dos olhos, tratar artrite e outros problemas articulares, tanto em humanos como em animais.
Paralelamente ao desenvolvimento dos projetos de inovação, a BioSmart também oferece consultorias para empresas parceiras, utilizando-se do conhecimento científico de seu grupo de colaboradores das áreas de química, farmácia, biológica e odontologia. A empresa tem 26 funcionários, entre químicos, farmacêuticos e odontólogos e funciona na Incubadora de Araraquara.
Inovação
Para o gerente da Incubadora, Lucas Campanha, a aprovação da BioSmart no PIPE/ Fapesp na Fase 2 vem ao encontro dos objetivos dos gestores do órgão, que é apoiar as empresas tradicionais e as de inovação. "Uma conquista para a sociedade, para a Unesp e também para a Prefeitura, pelo apoio à pesquisa e inovação. Também é uma importante contribuição ao País", destaca Lucas.
Fonte e Imagem: A Cidade On, (17/08/2019)