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Primo da toxina botulínica, cosmético promete reduzir rugas sem agulhas

Categoria: Matéria-Prima


A toxina botulínica, popularmente conhecida como botox, é uma substância mundialmente aclamada na dermatologia por sua eficácia no processo de rejuvenescimento facial. Até o momento, sua aplicação é injetável e tem o intuito de relaxar a musculatura. Como consequência dessa espécie de paralisia local, ocorre a redução das linhas de expressão, como o franzido da testa e os pés de galinha nos cantos dos olhos. A indústria cosmética, recentemente, começou a explorar uma nova forma de usar não o produto em si, mas o seu derivado.

Chamada de peptídeo botulínico, tal proteína integra uma fórmula de sérum que chega ao Brasil com a promessa de peles do rosto e pescoço mais lisas, sem a necessidade de picadinhas de agulha. Quem detém a patente do cosmético “primo” da toxina botulínica é a empresa suíça Meiskin, que escolheu o país para iniciar sua operação. Segundo a marca, o ativo reduz poros; ameniza o melasma (surgimento de manchas escuras na pele) e diminui a aparência de linhas finas e rugas. Isso tudo seria possível porque essa fração de proteína é encapsulada com uma tecnologia chamada Nano TPC (Nanotechnology of Cellular Penetration).

“A argumentação é que, ao contrário da toxina, que é muito maior, o peptídeo botulínico consegue, a partir de partículas minúsculas advindas da nanotecnologia, atingir camadas mais profundas da pele, mesmo que topicamente”, diz o dermatologista Abdo Salomão, sócio efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia, de Guaxupé (MG). O trabalho então gira em torno da estimulação de colágeno e elastina. “Como resultado, há melhora significativa da pele por meio do aumento da hidratação; firmeza; viço e luminosidade”, diz a farmacêutica Suelen Santos, pós-graduada em Cosmetologia e responsável técnica da Meiskin. Estes benefícios passam a ser percebidos após duas semanas de aplicação diária.

A opinião dos dermatologistas

Para Abdo Salomão, ainda são necessárias mais pesquisas sobre o lançamento: “Não existem estudos clínicos robustos e independentes sobre esse peptídeo. Me parece mais um modismo que não chegará perto do que a toxina botulínica pode proporcionar em tratamentos de pele“, diz.

O dermatologista Jardis Volpe, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, de São Paulo (SP), diz que o cosmético conta com bons ativos, mas enxerga no peptídeo, especificamente, apenas uma jogada de marketing. “É um creme que usa nanotecnologia e fatores de crescimento, o que é bom para a pele. Sobre o peptídeo botulínico em si, temos pouca informação”, comenta.

Os fatores de crescimento citados pelo especialista são proteínas produzidas pelas células que, através de doenças e envelhecimento, têm sua geração reduzida. Agora eles estão disponíveis para uso tópico, prevenindo o aparecimento de linhas e rugas. O médico também comenta que a ciência está tentando avançar em pesquisas sobre o uso da toxina botulínica topicamente, porém sem resultados tão promissores: “A questão de passar botox na pele é algo testado sem muito sucesso. Nos Estados Unidos, por exemplo, houve um projeto de patente, em 2018, para auxiliar em casos de acne, dermatite seborreica e suor, mas ele foi abandonado agora em 2019″, pontua.

Mesmo sem um norte para a divulgação de estudos independentes, a empresa já se movimenta para ampliar a atuação em solo nacional. “Estamos trabalhando para lançar uma linha profissional a ser utilizada por médicos dermatologistas, em aplicação com microagulhamento. A previsão é que seja lançada em setembro de 2019”, comenta Suelen.

Panorama Farmacêutico, (26/08/2019)

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