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Especialista em Cosmetologia e Farmacêutico, Lucas Portilho comenta sobre as tendências do mercado cosmético

Categoria: Entrevista


Lucas Portilho é Farmacêutico e Especialista em Cosmetologia. Mestre em Ciências Médicas pela Unicamp. Diretor das Pós Graduações do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele, Hi Nutrition Educacional e Departamento de Desenvolvimento de Formulações do Instituto de Cosmetologia. Diretor da Consulfarma Assessoria. Atuou como Coordenador de Desenvolvimento de produtos na Natura Cosméticos e como gerente de P&D na AdaTina Cosméticos. Possui 20 anos de experiência na área farmacêutica e cosmética. Professor e Coordenador dos cursos de pós Graduação com MBA do Instituto de Cosmetologia. Coordena Cursos Internacionais em Desenvolvimento de Cosméticos na Itália, França e Espanha. Atua em desenvolvimento de formulações para mercado Brasileiro, Europeu e América Latina. Atuou em indústria farmacêutica, farmácias magistrais e elaborou diversos projetos de desenvolvimento de linhas de produtos cosméticos nas empresas Consulfarma Assessoria. Colunista no Prospector. Coordenador da Comissão de Farmácia de Estética do CRF-SP.  Fundador do Cosmético Seguro.

Confira abaixo a entrevista exclusiva concedida ao Global Cosmetic:

Além de empreendedor, você atua como pesquisador. Atualmente, qual é a linha de trabalho que está pesquisando?

Além de dirigir e coordenar cursos no Instituto de Cosmetologia e também na Consulfarma, atuo desenvolvendo produtos cosméticos em nosso laboratório em Campinas. Minha principal expertise é atender indústrias cosméticas, farmacêuticas e farmácias de manipulação que desejam lançar produtos dermocosméticos inovadores como protetores solar, produtos capilares, anti-idades e clareadores.

Você se tornou referência dentro do mercado de cosméticos. Quais foram seus maiores desafios profissionais até aqui?

Meu maior desafio sempre foi, continua sendo e sempre será a necessidade de me manter atualizado num universo de ingredientes que cresce a cada ano. Me lembro quando comecei a desenvolver produtos a mais de 15 anos atrás e quantidade de ingredientes já era grande. Nos dias de hoje são infinitas as combinações que podem ser feitas. O maior desafio é se manter atualizado em relação a maioria delas.

O que sempre digo aos meus alunos, estudem muito, participem ao máximo de eventos, cursos e feiras. Somente assim poderemos nos manter atualizados, caso contrário, nos tornamos formuladores ultrapassados. 

Qual é tendência das formulações em segmentos como cuidados com a pele, maquiagem e cuidados com o cabelo?

Atualmente temos tendências como ativos antipoluição, muito importante, pois em grandes centros vários estudos têm demonstrado o estrago que poluentes causam na barreira cutânea. A modulação do micro bioma cutâneo é outra tendência muito forte. Difícil ainda explicar para o consumidor, mas de fundamental importância para manter a pele em bom estado. Os produtos e maquiagens multifuncionais continuam fazendo sucesso e pensando em futuro, teremos grandes mudanças em proteção solar em breve em função de possíveis proibições de alguns ingredientes.

Quais são os ingredientes cosméticos mais procurados pelas empresas e quais são as propriedades desejadas pelos formuladores?

As empresas em geral buscam ingredientes que entregam performance, baixo custo, alta compatibilidade com os demais ingredientes e com um alto índice de vegetalização.  Algo difícil de encontrar, tendo em vista que muitos ingredientes são muito caros em função da alta carga tributária em nosso país.

O mercado de cosméticos voltado à crianças está crescendo a cada ano, quais os maiores requisitos para atender este segmento?

Muito importante se atentar aos ingredientes potencialmente tóxicos e os chamados desruptores endócrinos, como parabenos e benzofenona-3. Esses ingredientes que devem ser evitados nos produtos infantis e não digo isso porque tenho certeza que os mesmos fazem mal, na verdade, ainda não temos pleno conhecimento sobre a ação deles na pele. Mas digo isso, pois são ingredientes que são detonados pelos influenciadores digitais em redes sociais e canais no Youtube. Não importa se esses ingredientes são ruins ou não, mas se formularmos um produto com eles, o produto vende menos.

Possui algum plano na área de Cosmetologia para esse ano? Qual é a expectativa?

Esse ano lançaremos em Paris, durante a In Cosmetics o curso online Cosmetologia 4.0 Edição Paris. Um curso feito para profissionais que desejam aprender ou aprimorar suas habilidades em P&D de formulações cosméticas. Estaremos lá com nosso stand oferecendo através da nossa plataforma exclusiva. No Brasil também é possível comprar o curso através do site www.icosmetologia.com.br

Em relação a regulamentação de cosméticos, quais são as principais dificuldades das empresas?

Atualmente é bem tranquilo atender as normas da Anvisa. Todas estão bem claras e podem ser consultadas através das RDC (Resoluções da Diretoria Colegiada). A obrigatoriedade que a ANVISA estipulou para que as empresas apresentem a abertura de cada matéria prima foi um avanço muito importante. Por exemplo, antigamente, uma indústria de cosmético utilizava lauril éter sulfato de sódio na formulação e declarava na rotulagem apenas essa substância. Mas o lauril éter sulfato de sódio vem solubilizado em água e para conservar essa solução o fabricante da matéria prima adicionava qualquer conservante.

Quando um consumidor aplicava o produto e apresentava reação adversa, poderia ser em função do conservante, mas não tínhamos como saber, pois, o conservante nem mesmo figurava na lista de ingredientes. Atualmente, toda empresa é obrigada a fazer a abertura completa dos ingredientes e declarar na rotulagem a composição completa da matéria prima. Muito mais fácil rastrear um componente alergênico dessa forma.

O mercado de anti-idade avança a cada ano. Qual é a perspectiva do futuro desse mercado?

O mercado de anti-idade está muito avançado. Temos estudos de eficácia que conseguem demonstrar até o gene modulado pelos produtos. Já mapeamos grande parte dos fatores de crescimento que atuam na pele e podemos manter eles em alta atividade utilizando produtos cosméticos. Conseguimos hoje promover uma desaceleração do envelhecimento associando ativos que atuam em diferentes mecanismos.

O futuro é promissor, mas temos tanto ainda o que explorar e principalmente precisamos traduzir muitas tecnologias para uma linguagem mais simplificada, com o objetivo de um maior entendimento pelo consumidor. Um exemplo são os cosméticos que atuam nos genes da pele. Muitos consumidores têm receio de usar esses produtos, pois confundem “modulação de genes” como “mutação genética”.

Global Cosmetic, (28/03/2019)

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