Logo GlobalCosmetic

Receba Semanalmente a nossa newsletter por e-mail


Biomimetismo se torna elemento-chave em formulações cosméticas

Categoria: Novas Tecnologias


Biomimética verdadeira – o que buscar

Tal como acontece com muitos claims e tendências cosmecêuticas, o termo ‘biomiméticos’ pode, por vezes, ser mal utilizado. O biomimético verdadeiro está onde há biomimetismo – a imitação de um sistema natural – para benefício humano. Exemplos de biomiméticos verdadeiros incluem:

– O uso de peptídeos que imitam os produzidos naturalmente pelo organismo para competir pelos  sítios de receptores celulares, a fim de alterar uma função celular normal. Uma das mais conhecidas classes de peptídeos miméticos são as alternativas cosmecêuticas ao botox. Um dos primeiros ingredientes ativos cosmecêuticos a entrar no mercado imitando uma ação tipo botox foi o acetil hexapeptídeo-8. Este peptídeo é uma réplica química (mimética) de uma porção da SNAP-25, uma proteína envolvida em contrações musculares. Quando a SNAP-25 é substituída com êxito por este peptídeo análogo (através da absorção do mimético aplicado topicamente na sua forma cosmecêutica), a contração muscular é fortemente reduzida, resultando em menos expressões faciais e menos rugas. Embora existam vários materiais peptídicos como este produzidos sinteticamente, há também um material peptídico naturalmente derivado, que apresenta uma ação semelhante (Gatuline Expression, Gattefossé).

– O uso de peptídeos descobertos em fontes de origem animal ou vegetal com eficácia em processos de células humanas. Neste caso, o biomimetismo não ocorre para substituir um processo humano normal, mas aplica-se à substância animal ou vegetal descoberta, que possui algum benefício para os seres humanos. Estes materiais podem então ser produzidos em volumes comerciais a partir de fontes naturais ou sintéticas. Por exemplo, o SensAmone P5 (Mibelle AG Bioquímica) é baseado numa proteína do veneno da anêmona coriácea, que atua como inibidor de um receptor da dor; e, quando reproduzido sinteticamente, exerce efeito ainda melhor do que a fonte natural!

– Extratos de componentes vegetais cujas plantas sobrevivem a condições extremas e, assim, fornecem benefícios semelhantes para a pele. Por exemplo, existem vários extratos de células estaminais de plantas que sobrevivem a condições extremas de temperatura, umidade e / ou UV e, em seguida, são capazes de proporcionar benefícios protetores à pele, em condições adversas similares.

– Extratos de materiais vegetais cultivados quando a planta é submetida a estresse – sob tais condições, o extrato torna-se rico em certos elementos fitoativos que, em seguida, conferem benefícios particulares para a pele.

– Ativos epigenéticos. Os efeitos epigenéticos relacionam-se com o “ligar” ou “desligar” dos genes sem afetar o próprio DNA. Na indústria de cuidados pessoais, a ciência epigenética trabalha estimulando a proliferação celular para melhorar a regeneração de tecidos e células da pele, onde as células mais velhas são capazes de imitar a atividade das células mais jovens, incluindo sua renovação e troca. Há um número cada vez maior de ingredientes epigenéticos sendo utilizados pela indústria cosmética; dentre eles, destacam-se o Reproduction Peptide (Lipotec) e o Chronogen (Ashland).

O que NÃO é verdade sobre os biomiméticos?

Então, agora que identificamos claramente o que é considerado como atividade biomimética verdadeira, quando o termo não deve ser usado? Destacam-se dois exemplos claros:

– A aplicação de compostos que são normalmente encontrados na pele, mas são muito grandes para realmente penetrar na pele para proporcionar um efeito biomimético. Neste caso, os consumidores, muitas vezes, pensam que um produto terá certos benefícios na presença de um material, quando na verdade, o mesmo não pode fornecer essa ação, porque a substância comercializada não é capaz de penetrar a camada externa da pele. Um exemplo clássico é o uso de hialuronato de sódio de alto peso molecular (HA – ácido hialurônico). Enquanto a substância ocorre naturalmente na matriz extracelular de peles jovens e flexíveis, o hialuronato de sódio com um peso molecular de 1.000 kDa ou mais é considerado um HA de alto peso molecular. Com este tamanho, o HA se assenta na superfície da pele e proporciona uma película protetora contra a umidade, mas não penetra na pele para proporcionar uma ação biomimética dentro da matriz extracelular.

– O uso de materiais lipídicos padrão. Embora muitos lipídios forneçam propriedades protetoras contra a umidade, muitas vezes vemos claims de “biomimético” usados para promover produtos que deveriam, na realidade, ser comercializados como “bio-compatíveis” com a pele. Existem, contudo, alguns ingredientes com perfis lipídicos semelhantes na pele. Um exemplo é o L22 (FloraTech) que utiliza uma mistura de óleos derivados botanicamente para imitar o perfil lipídico da pele de um jovem de 22 anos.

Ingredientes biomiméticos naturais versus sintéticos: o que funciona melhor?

Se uma substância é, de fato, biomimética, não importa necessariamente se ela é natural, naturalmente derivada ou sintética. Enquanto o biomimetismo ocorrer de uma maneira eficiente, e o material for capaz de atingir o alvo que necessita para sua atividade, ele fornecerá seu benefício cosmecêutico, independentemente da sua fonte. Ao utilizar ingredientes naturais, no entanto, as empresas também podem se utilizar de uma mensagem de bio-sustentabilidade, que é hoje atraente para os consumidores em praticamente todo o mundo.

Cosmetic Innovation, (18/07/2017)

Anuncio

Boletim Formulador

Anuncie Aqui


logo yeb


2024 © GlobalCosmetic - Todos os Direitos Reservados – Política de Privacidade

W3C W3C